terça-feira, 18 de setembro de 2012

Autora da Trilogia Cinquenta Tons de Cinza concede entrevista ao Estadão; confira!

No Brasil, "Cinquenta Tons de Cinza" virou febre e em um pouco mais de um mês, vendeu mais de 300 mil cópias. Os direitos para o filme já foram comprados por Hollywood por  cerca de US$ 5 milhões. A trilogia é a mais picante na lista de livros mais vendidos em anos. A obra conta a história da submissa jovem estudante Anastasia Estelle, que se envolve com o bilionário Christian Grey. Tudo isso, recheado de sexo explícito.
Essa semana, E L James - autora da trilogia - concedeu uma entrevista ao "Estadão". Confira abaixo:

Estas são as suas inspirações? 
Sim. Quando li sobre sadomasoquismo, pensei como seria me encontrar com uma pessoa que estivesse nesse mundo. Foi assim que começou. Era originalmente uma história saída do site de Crepúsculo - Fanfiction. Nunca pensei que iria publica-lo, ou pensei que, se publicasse, seria cheio de restrições.
A história Submissive no site fanfiction é muito similar à sua trilogia. É uma inspiração direta?
Chama-se O Dominador e a Submissa, além de quatro outros que li. Mas não quero dar o nome das histórias porque algumas eram muito mal escritas.
Você acha que livros eróticos não podem ser bem escritos?
Eu acho que você pode escrever de qualquer maneira. Algumas pessoas não gostam do meu estilo de escrever, mas é assim que eu sou, casual. Se as pessoas não gostam, é problema delas. Mas muitas gostam.
Stephanie Meyer é sua clara inspiração. Você já conversou com ela?
Não. Mas ela foi muito gentil em uma entrevista recente sobre seu novo livro, A Hospedeira. Ela disse que meus livros não são o seu gênero preferido, mas me desejou toda a sorte do mundo, o que eu achei muito legal. Adoraria encontrá-la para agradecer pela inspiração. E ela inspirou centenas de milhares de mulheres a começar a escrever. Crepúsculo é uma história muito erótica, apesar de não ter sexo envolvido.
O sucesso surpreendeu você?
Não esperava isso. Quem poderia imaginar que uma história tão obscena fosse se tornar popular assim. É extraordinário. Os números das vendas são insanos. Como eu nunca tive essa experiência antes, não sabia se eram bons ou não. Eu lembro de a editora me ligando para dizer que uma loja tinha acabado de vender 22 mil cópias, e eu perguntava: 'Isso é bom?'.
Como todo esse sucesso, você se compararia com J. K. Rowling, por exemplo? Daria conselhos a ela, que agora lança seu primeiro romance adulto?
Não me comparo com ninguém. E, claro, ela não precisa de conselhos. Adorei os livros e os filmes do Harry Potter. Li e vi todos. Lembro de sempre estar ansiosa pelo próximo livro. Era tão épica aquela saga. Mas escrevi Cinquenta Tons de Cinza para mim. Foi divertido escrever. Aquelas são as minhas fantasias. Claro, tendo por base as fantasias de outras mulheres, o que faz com que eu me sinta menos pervertida (risos envergonhados).
Como foi o processo de criação?
Não tinha ideia de onde a história ia. Gastei cada hora disponível escrevendo. Eu trabalhava meio expediente na época. Comecei a escrever e virou uma obsessão. Escrevia no BlackBerry no metrô e pensava na trama enquanto dirigia. Parei de sair, de ver TV.
Você procurava por sadomasoquismo no Google?
Fiz muita pesquisa, mas foi bem mais específico que isso. Há uma quantidade enorme de informação na internet sobre esse assunto. Mas, no meu livro, Anastasia não é submissa, então este não é um livro de sadomasoquismo.
Mas a história é repleta de detalhes... Li que você ligou para uma loja de automóveis para saber se um casal teria espaço para fazer sexo no banco de trás de um Audi.
Essa história é hilária, mas não posso contar agora, pois está no terceiro livro que ainda vai ser lançado no Brasil. Tenho uma imaginação muito viva, podemos dizer assim. Visitei sex shops também.
Livros eróticos sempre existiram. Você é responsável por tornar o gênero pop. O que faz o seu livro ser diferente?
É uma história romântica, de paixão. E quando as pessoas se apaixonam, elas fazem muito sexo, é isso o que acontece. Christian faz sexo de uma maneira particular. Ele não faz amor, pois tudo para ele é relacionado com poder e controle. Outros livros do gênero têm uma linguagem muito pesada. Não uso essa linguagem e a descrição do sexo é sutil. Geralmente, as mulheres não gostam de palavras pesadas.
Que livros você indicaria para quem se inicia no gênero?
Há vários: Beautiful Disaster, de Jamie McGuire, por exemplo. Acabei de ler Shadows of Night, de Deborah Harkness, é o segundo livro de uma trilogia chamada All Souls. Quando eu tinha 30 e poucos anos, li vários livros de mulheres como Brenda Joyce, Noel Roberts, Judith McNaught, são mais românticos, sem sexo explícito. Devo ter lido umas 600 histórias naquela época. As mais pornográficas talvez tenham sido as de uma série chamada Black Lace.
O que acha da opinião negativa? Homens queimaram seus livros nos EUA e há quem diga que seus livros são mal escritos.
O que acho mais fascinante é que as pessoas começam a ler e não conseguem parar. E foi exatamente assim comigo quando li Crepúsculo. Essa onda de opiniões negativas é só barulho no fundo. Felizmente, a maioria tem gostado, então, nesse aspecto, eu realmente fiz sucesso. As mulheres amam meus livros. Recebi o e-mail de uma mulher dizendo que não lia nada há 28 anos, e terminou Cinquenta Tons em três semanas. É uma leitura fácil. E quem não gosta, tem o direito de não gostar.
Você trabalhou como executiva de um estúdio de TV por 20 anos. Essa experiência a ajudou no marketing do livro?
Não. São coisas diferentes. Odiava um dos meus últimos trabalhos e escrever foi minha maneira de escapar disso.
Os direitos do seu livro foram comprados por US$ 5 milhões...
 Não vou falar sobre o dinheiro. O projeto está indo para frente, lentamente.

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