Resenha: O Teorema Katherine, de John Green

Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

  Dizer que eu gostei do livro é pouco, eu amei "O Teorema Katherine". E eu só comprei a obra apenas por um motivo: John Green. E não é que ele mostrou sua genialidade mais uma vez! 

  Bom, como eu não sabia muito bem do que se tratava a história, então comecei a leitura calmamente, mas quando vi, já estava apaixonado pelo enredo. Então vai uma dica para vocês, leitores: não comece a ler esse livro se você não estiver com tempo suficiente para finalizá-lo em pelo menos dois dias. Resumindo: a história é viciante do começo ao fim. 

  Diferentemente dos outros livros do Green (vulgo, "A Culpa é das Estrelas"), esse terceiro livro do autor lançado em terras brasileiras é narrado em terceira pessoa e possui um tom mais voltado para o cômico, o que torna a leitura mais descontraída. 

"Namoros, no fim das contas, acabam de um só jeito: mal. Se você pensar bem, e Colin sempre fazia isso, todo relacionamento amoroso termina ou em (1) rompimento, (2) divórcio e (3) morte…”

  Confesso que em determinado momento, fiquei um pouco entediado com toda a "choradeira" de Colin, porém há tantos personagens incríveis presentes no livro que isso foi passageiro.

  Um dos personagens que eu mais gostei foi Hassan, que além de ser o melhor amigo do protagonista de "O Teorema Katherine", é com ele que as risadas surgem. Ah, e não posso deixar de comentar também sobre a Lindsay, que assim como Hassan, tem um senso de humor incrível, fora o sotaque de menina do interior muito engraçado.

  Algo que me agradou muito também é o fato de que os problemas e dúvidas mostrados não são só os do protagonista. Cada personagem tem sua história, e essas são contadas aos poucos durante todo o livro, além de todos receberem destaque em algum momento, o que deixou o livro muito bem dividido. 

   A edição de "O Teorema Katherine" também não deixa a desejar, a editora Intrínseca mais uma vez fez fez um ótimo trabalho de revisão e a capa tem tudo a ver com a história. Ah, e uma das melhores coisas do livro foram as notas de rodapé, que sempre acrescentavam um detalhe ou curiosidade. E isso é muito... John Green. Simplesmente adorei a edição.

  

"É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela"  

  A narrativa de Green é muito boa, empolgante, divertida e única. O autor conseguiu criar uma história bem divertida e extremamente interessante com palavras um tanto "poéticas", marca registrada do norte-americano. 

  "O Teorema Katherine" consegue ser mais empolgante, porém não chega perto da emoção composta em "A Culpa é das Estrelas". Porém o que os dois possuem em comum é a presença de personagens maravilhosamente bem criados e executados. Se você ainda não leu, corra para uma livraria mais próxima da sua casa.

  É John Green cara, John Green. Leia logo, aposto que você não irá se arrepender.  

” – Eureca- ele disse, e só após falar foi que percebeu que havia acabado de sussurrar pela primeira vez- Eu me dei conta de uma coisa- falou em voz alta- O futuro é imprevisível.”

LIVROS RESENHADOS DO MESMO ESCRITOR:
A Culpa é das Estrelas.