Resenha: Extraordinário, de R. J. Palacio

August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros. 

  “Extraordinário”: uma história rara que pode ser levado para a vida toda.

   A história em si é muito boa. É realmente muito emocionante a maneira como R. J. Palacio trata desse assunto, que atualmente é muito frequente no Brasil e no mundo. Escrever sobre bullying já é difícil, criar uma história leve falando de um assunto como esse então, é "quase" impossível. Mas eu disse "quase", porque a autora de “Extraordinário” consegue correlacionar isso muito bem, fazendo com que a leitura flua de uma maneira incrivelmente rápida. Então não comece a ler este livro se não tiver tempo, pois é muito viciante. E como os capítulos são curtos, o leitor fica naquela “Ah não, vou ler mais um capítulo só”, e quando viu, já leu todo o livro.

  Os personagens foram muito bem criados, e a obra tem o que eu mais gosto: vários personagens secundários. Além dessa característica, o livro é unilateral, então podemos conferir a cada capítulo, a visão de personagens diferentes em relação ao August, protagonista. Na questão de personagens, não tenho o que reclamar, pois nesta parte foi tudo bem criado e executado.

  A edição do livro é ótima também, a capa foi muito bem feita – apesar de simples -, os capítulos são curtos, o que possibilita o leitor a ler cada vez mais.

“Para mim, o Halloween é a melhor festa do mundo. Melhor até que o Natal. Posso usar fantasia. Usar máscara. Posso andar por aí como qualquer outra criança fantasiada e ninguém me acha estranho. Ninguém olha para mim duas vezes. Ninguém me nota. Ninguém me reconhece.”

- Página 80.

   Confesso que no começo fiquei um pouco incomodado com a narrativa da autora no início, mas aos poucos o jeito simples e fofo de Palacio vai conquistando.  

   “Extraordinário” é mais do que um livro especial, “Extraordinário” é para mim, uma obra inexplicável. Eu poderia elogiar e elogiar cada vez mais, mas mesmo assim não iria conseguir explicar através de palavras o que esse livro significou para mim. Só lendo para sentir o que eu senti, só lendo para chorar como eu chorei. Só lendo para apaixonar-se por essa incrível história de superação.

    E é essa a frase que me faz entender o porque do título do livro, que pode sim ser facilmente classificado como Extraordinário. 

“Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo.” – Auggie.

- Página 313.