Resenha: O Doador, de Lois Lowry

Título: O Doador

Autor: Lois Lowry

Ano: 2009

Páginas: 192

Editora: Sextante/Arqueiro

Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

   A sociedade em que Jonas vive é uma sociedade diferente, uma nação quase perfeita. Essa é a imagem que o garoto de apenas 12 anos tem em sua mente, mas essa imagem muda totalmente quando ele torna-se o “Guardião das Memórias”, uma grande honra que vai trazer muitas descobertas e vai mudar sua vida totalmente. 

   Primeiramente, fiquei admirado com personagem principal, Jonas, pois ele fez o que fez em busca de uma sociedade melhor. Jonas ousou questionar os valores do lugar onde vivia, com o objetivo de lutar pelos diretos dos outros cidadães, aqueles, que não sabem da existência de nada, além do presente. 

   Lois Lowry, autora da obra, tem uma escrita maravilhosa, que apenas com narrativas simples consegue deixar o leitor extasiado e muitas vezes, emocionado. Por isso,  "O Doador" tornou-se um dos meus livros favoritos. 

Não entendo o que é coragem: o que é, o que significa.

(Trecho extraído do livro)

  

   Achei bem interessante as memórias que Jonas que vai recebendo, das coisas que ele vai conhecendo, como cores, a neve, o sol, o amor, tristeza, a dor, a família, a guerra, segredos descobertos, decepções… e muito mais.

   Lowry consegue despertar um interesse pela história logo no início, e isso, não é qualquer escritor que consegue. O diferencial de "O Doador" é a originalidade e complexidade, apesar da escrita simples e das poucas páginas. A única coisa que deixa a desejar é o final, pois fica algo bem vago, sem muita construção. 

Pensei que só nós existíssemos. Achei que só existisse o agora.

(Trecho extraído do livro).

   Com uma história que contém todos os aspectos necessários para um livro comovente, "O Doador" pode agradar a maioria dos leitores, especialmente aos amantes de "distopia".    

   Recomendo bastante, por isso minha nota é...